sexta-feira, 5 de setembro de 2025

CORDEL PROIBIDO PARA MENORES...

 


CORDEL PROIBIDO PARA MENORES...

 

 Recentemente, a Nordestina Editora reimprimiu mais uma edição do cordel "O peão e a madame” de autoria de Malena Laviolette, mais um exemplar que  pertencente à coleção “Cordéis eróticos”. Mesmo sabendo da polêmica que tal temática pode acabar despertando em nosso meio, resolvi abordá-lo. 

É do conhecimento de qualquer ser humano que navegar por outros (novos) mares é sempre assumir algum risco, pois a viagem está cheia de incertezas.

 A presença de um tema como este, na literatura de cordel, chega a ser visto como uma afronta por alguns cordelistas que, olhando de uma perspectiva conservadora, veem este gênero como um verdadeiro desrespeito à sua arte. Por isso, muitos se posicionam contra a escrita deste tipo de cordel, classificando-o como um texto apelativo, acompanhado sempre da célebre expressão “isso não agrega nada à arte”.

 Por outro lado, olhando do ponto de vista de alguns leitores, que veem isso de forma escandalosa, pode ser a oportunidade de descobrir que a literatura de cordel não se trata apenas de sertão, fome, miséria e seca, pois estamos diante de um gênero literário versátil e abrangente em que se podem abordar os temas maios diversos possíveis.

 Há autores que preferem inclusive usar um pseudônimo, talvez por se importar com as línguas afiadas de alguns pares ao identificá-los e relacioná-los a esse tema. Existem cordelistas que defendem a temática e dizem: “O cordel é isso: Resistência. Ele nunca se curva, mas vem para conquistar”.

 Os tabus sempre existiram e não será agora, de uma hora para outra, que acabarão, pois fazem parte da cultura do povo. Portanto, somente autores determinados podem fazer frente a eles, derrubando algumas barreiras para que a arte possa ter livre passagem.

 Agora, gostaríamos de saber sua opinião: o cordel erótico desvaloriza e vulgariza a literatura de cordel? 

 Deixe aqui a sua opinião e nos siga para mais debates.

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